segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Alfa

O mundo em que vivemos é habitado por várias criaturas, aliás, “várias” é uma palavra que expressa muito pouco quando a pretensão é quantificar esses seres. O fato é que embora exista uma imensidão de organismos vivos, os seres humanos procuram atentar para uma única espécie em questão.

A levemente criatura introduzida no final do parágrafo acima tem estado na moda ultimamente. Um ser bípede, mamífero, da família dos primatas, semi-racional, disponível em várias cores, tamanho e formas (ok, nem tantas formas assim...), movido à água, refrigerante, suco e outras coisas, mas é comumente movido a álcool mesmo. Dotado de duas cabeças, ele apresenta duas características antagônicas: um custo de produção irrisório, onde este é produzido artesanalmente, onde os requerimentos para tal produção costuma envolver uma boa garrafa de vinho (e as vezes uma camisinha estourada, ou em algumas versões mais modernas: pilulas de farinha) que contrasta com o hiper-inflacionado custo de manutenção durante o seu tempo de vida inutil. Pode ser adquirido em qualquer parte do mundo, com um prazo de entrega que geralmente varia de 6 a 9 meses.

Qual é esse bicho? Pertencente à espécie homo sapiens, este é o Bicho Homem, o qual curiosamente também costuma ser confundido com outros animais, podendo ser chamado desde bicho burro até bicho grilo.

Vale interromper o andamento do texto para dizer que existe uma corrente amparada por várias seguidoras desiludidas e frustradas que lutam por uma mudança no epíteto específico do homem, pois este, aparentemente, aos olhos daquelas que suportam esta corrente, tornou-se mais complexo, digno de uma definição que faça mais jus às características destes seres. Não vou entrar nos detalhes desta discussão filosófico-evolucionista, mas para enriquecer este texto, irei apresentar algumas das alterações que esta corrente sugere, embora eu tenha de confessar que devido a minha falta de conhecimento sobre estes assuntos (e por não ser nenhum pouco versado em latim), fiquei sem saber do que se tratavam essas mudanças que elas alegavam ser fundamentais. Algumas das novas classificações para os homens seriam: Homo non sapiens, Homo galinaceos, Homo cafagestis e por ultimo o Homo ignorantis.

Vale salientar que quando se tratando deste ser, aquele ditado que prega “duas cabeças pensam mais do que uma” é totalmente infundado, pois embora o bicho homem seja dotado de duas cabeças, a saber: a superior e a inferior, a primeira pensa muito pouco e a segunda pensa absolutamente nada, mas quando a cabeça de baixo está no controle, a cabeça de cima que já não pensava muito, passa a raciocinar menos ainda.

Uma peculiaridade que permeia essa praga que vem caminhando pela terra desde 130.000 a 200.000 anos atrás, como também outros mamíferos, é a forma instintiva em que o homem se organiza na sociedade em que vive, seja ela uma organização mais complexa, como as relações sociais existentes em um mundo globalizado, como nas mais primitivas, facilmente evidenciadas nas torcidas de futebol, onde o homem acaba sendo liderado por uma entidade, uma espécie de Guru, praticamente uma sumidade a ser seguida, idolatrada e por ventura substituída: o Macho Alfa.

Momento Documentários da Discovery: A Biologia nos diz que o macho alfa é o líder de sociedade em que ele se encontra inserido, além de possuir força, é um ser destemido, capaz de tomar decisões pelo grupo, sabe caçar e é ser um cabra muito... macho. Sua autoridade é sempre respeitada, é sempre o primeiro a se alimentar e possuí primazia na hora de escolher a(s) fêmea(s) e na hora de copular, o macho alfa demonstra seu domínio rosnando, mordendo ou dilacerando outros animais, a sua vida de bon vivant só é encerrada quando desafiado por outro macho invejoso.

O macho alfa continua a existir nos dias de hoje, porém agora ele é dotado de outras vestimentas. Pra início de conversa, o macho alfa é informalmente conhecido como O cara, outra coisa que mudou é a forma como o macho alfa se auto-afirma, afinal, pega mal sair por aí rosnando, mordendo e até mesmo dilacerando pessoas na rua, não é mesmo? (embora seguidores adeptos de micaretas virão a discordar de mim neste ponto...)

"O Cara" vem agora se impor por outras formas, ele nem sempre será determinado por atributos físicos, não será apenas o cara forte e bonitão que sabe caçar e pescar. Atualmente o macho Alfa se resume naquele cara que está em evidência e que tem dinheiro (curiosamente aqui se apresenta um ciclo vicioso, pois ele está em evidência por ter dinheiro e tem dinheiro por estar em evidência), é claro que ele também pode ser aquele cara que ganha numa briga, mas aqui o motivo de sua exaltação é a sua nata qualidade de líder em que se mostra a habilidade de recrutar o maior numero possível de capangas pra entrar na briga com ele (ou na maioria das vezes vai sem ele mesmo).

Algumas coisas ainda permanecem inseridas na configurações do macho alfa atual. Assim, o macho alfa continua tendo privilégios na hora de comer (eu to falando das duas situações possíveis de se comer e veja bem, não quis dizer [apenas] nem almoço, nem a janta... e muito menos o café da manhã) e também terá o seu posto de tomar decisões que serão seguidas pelos demais, moldando gostos e opiniões, e como tudo tem de acabar um dia, ele também estará sujeito a perda de seu reinado, ao ser desafiado por outro pretendente que queira tomar a posição de Gostosão da Parada.

Para encerrar, acho que é perfeitamente válido, para ilustrar bem como é o quadro do macho alfa atual, encerrar o texto com exemplos de machos contemporâneos, alguns deles nos moldes atuais e outros seguindo a cartilha Old-school, estando eles abanando peido com nota de 100, transpirando testosterona por todos os poros e outros métodos que demonstrem toda sua hombridade, sendo exemplos destes Super Machos figuras conhecidíssimas como o Bill Gates, Justim Timberlake, Chuck Norris, Brad Pitt, Ronaldo Gaucho, Rebeca Gusmão e outros...

Um comentário:

Laka disse...

Todo homem quer alcançar a posição de alfa, né?


Eeeeita lerê!


=*